quarta-feira, 3 de outubro de 2018

Lima Barreto - Triste fim de Policarpo Quaresma


Olá, pessoas!

Nós últimos meses, o grupo Além da Leitura, a fim de expandir os círculos de leitura, transpassaram novamente os muros da universidade, dirigindo-se, desta vez, as instituições de ensino de todos os níveis, passando pela UNITPAC, a Escola Norte Goiano e a Escola Vila Nova. Falamos, em nossos diversos encontros, de leitura, de leitor e, principalmente, de literatura.

Neste último encontro, contemplamos a obra “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, do Romancista brasileiro Lima Barreto. A leitura dessa obra se mostra ainda muito atual, principalmente por todos os acontecimentos nacionais que vivenciamos nesse período.

Foto divulgação: Triste fim de Policarpo Quaresma em duas edições 




















Desta vez, antes de partirmos diretamente para as impressões sobre a leitura em destaque, nós participantes do projeto optamos por compartilhar, brevemente, o nosso percurso, como leitores em formação, atribuindo, geralmente, as inspirações de leitura a pessoas próximas que nos incentivaram a desbravar esse mundo de mistérios, de alegrias, de tristezas que é a leitura.

Nesse encontro, os alunos da escola fizeram-se presentes, contribuindo com suas impressões e as leituras da obra em questão e, juntos, levantamos os seguintes apontamentos, tomados, por nós, como chaves de leituras:
  •         A contemporaneidade da obra que ainda se faz tão marcante na sociedade de hoje;
  •          A desvalorização da cultura e das riquezas nacionais;
  •         A valorização da cultura estrangeira;
  •         Temáticas políticas.
Alguns fragmentos da obra para apreciação do leitor:
  • “Quem uma vez esteve diante deste enigma indecifrável da nossa própria natureza, fica amedrontado, sentindo que o gérmen daquilo está depositado em nós e que por qualquer cousa ele nos invade, nos toma, nos esmaga e nos sepulta numa desesperadora compreensão inversa e absurda de nós mesmo, dos outros e do mundo. Cada louco traz em si o seu mundo e para ele não há mais semelhantes: o que foi antes da loucura é outro muito outro do que ele vem a ser após” (p. 57)
  • "Não estava ali a terra boa para cultivar e criar? Não exigia ela uma árdua luta diária? Por que não se empregava o esforço que se punha naqueles barulhos de votos, de atas, no trabalho e no fecundá-la, de tirar dela seres, vidas – trabalho igual ao de Deus e dos artistas? Era tolo estar a pensar em governadores e guaribas, quando a nossa vida pede tudo à terra e ela quer carinho, luta, trabalho e amor…” (p. 73)
  • “Para Dona Adelaide, a vida era cousa simples, era viver, isto é, ter uma casa, jantar e almoço, vestuário, tudo modesto, médio. Não tinha ambições, paixões, desejos. Moça, não sonhara com príncipes, belezas, triunfos, nem mesmo um marido." (p. 93)
  • "Mas, como é que ele tão sereno, tão lúcido, empregara sua vida, gastara o seu tempo, envelhecera atras de tal quimera? Como é que não viu nitidamente a realidade, não a pressentiu logo e se deixou enganar por um falar ídolo, absorver-se nele, dar-lhe em holocausto toda a sua existência? Foi o seu isolamento, o seu esquecimento de si mesmo; e assim é que ia para a cova, sem deixar traço seu, sem um filho, sem um amor, sem um beijo mais quente, sem nenhum mesmo, e sem sequer uma asneira!" ( p. 235)

Fotos dos encontros:











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