Olá, pessoas!
Nós últimos meses, o grupo Além da
Leitura, a fim de expandir os círculos de leitura, transpassaram novamente os
muros da universidade, dirigindo-se, desta vez, as instituições de ensino de
todos os níveis, passando pela UNITPAC, a Escola Norte Goiano e a Escola Vila
Nova. Falamos, em nossos diversos encontros, de leitura, de leitor e,
principalmente, de literatura.
Neste último encontro, contemplamos a
obra “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, do Romancista brasileiro Lima Barreto.
A leitura dessa obra se mostra ainda muito atual, principalmente por todos os
acontecimentos nacionais que vivenciamos nesse período.
Foto divulgação: Triste fim de Policarpo Quaresma em duas edições |
Desta vez, antes de partirmos
diretamente para as impressões sobre a leitura em destaque, nós participantes
do projeto optamos por compartilhar, brevemente, o nosso percurso, como leitores
em formação, atribuindo, geralmente, as inspirações de leitura a pessoas
próximas que nos incentivaram a desbravar esse mundo de mistérios, de alegrias,
de tristezas que é a leitura.
Nesse encontro, os alunos da escola fizeram-se presentes, contribuindo com suas impressões e as leituras da obra em questão e, juntos, levantamos os seguintes apontamentos, tomados, por nós, como chaves de leituras:
Nesse encontro, os alunos da escola fizeram-se presentes, contribuindo com suas impressões e as leituras da obra em questão e, juntos, levantamos os seguintes apontamentos, tomados, por nós, como chaves de leituras:
- A contemporaneidade da obra que ainda se faz tão marcante na sociedade de hoje;
- A desvalorização da cultura e das riquezas nacionais;
- A valorização da cultura estrangeira;
- Temáticas políticas.
- “Quem uma vez esteve diante deste enigma indecifrável da nossa própria natureza, fica amedrontado, sentindo que o gérmen daquilo está depositado em nós e que por qualquer cousa ele nos invade, nos toma, nos esmaga e nos sepulta numa desesperadora compreensão inversa e absurda de nós mesmo, dos outros e do mundo. Cada louco traz em si o seu mundo e para ele não há mais semelhantes: o que foi antes da loucura é outro muito outro do que ele vem a ser após” (p. 57)
- "Não estava ali a terra boa para cultivar e criar? Não exigia ela uma árdua luta diária? Por que não se empregava o esforço que se punha naqueles barulhos de votos, de atas, no trabalho e no fecundá-la, de tirar dela seres, vidas – trabalho igual ao de Deus e dos artistas? Era tolo estar a pensar em governadores e guaribas, quando a nossa vida pede tudo à terra e ela quer carinho, luta, trabalho e amor…” (p. 73)
- “Para Dona Adelaide, a vida era cousa simples, era viver, isto é, ter uma casa, jantar e almoço, vestuário, tudo modesto, médio. Não tinha ambições, paixões, desejos. Moça, não sonhara com príncipes, belezas, triunfos, nem mesmo um marido." (p. 93)
- "Mas, como é que ele tão sereno, tão lúcido, empregara sua vida, gastara o seu tempo, envelhecera atras de tal quimera? Como é que não viu nitidamente a realidade, não a pressentiu logo e se deixou enganar por um falar ídolo, absorver-se nele, dar-lhe em holocausto toda a sua existência? Foi o seu isolamento, o seu esquecimento de si mesmo; e assim é que ia para a cova, sem deixar traço seu, sem um filho, sem um amor, sem um beijo mais quente, sem nenhum mesmo, e sem sequer uma asneira!" ( p. 235)
Fotos dos encontros:
Nenhum comentário:
Postar um comentário